Mulher e a desigualdade de gênero

Kelly Gularte e Rosana Siqueira

Texto bilíngue produzido em dezembro de 2021 

Publicado em 01 de maio de 2024.

Amarras Invisíveis - Autorretrato

A desigualdade de gênero conduz as mulheres a uma prisão invisível

A objetificação dos corpos criam diversas amarras que aparecem em forma de exaustão,

prisão, compromissos, beleza, amor, sorrisos, afetos e invisibilidade que precisam vir à tona

por meio da arte e das vozes de mulheres.


Ser mulher brasileira: indígena, branca, preta, trans, mãe, filha, amiga, irmã, trabalhadora remunerada ou não são fatores que historicamente foram sendo marginalizados, estereotipados e invisibilizados de diferentes formas por uma estrutura que fora escrita por homens.

A influência do patriarcado, não só determinando o limite da instrução de gênero, como também seu modo de ser, agir e se comportar dentro da sociedade, fez com que as mulheres não tivessem lugar de fala, sendo colocadas nesta situação desde sempre. Atuação esta, permeada de regras relacionadas ao papel de ser mulher - dentro de um contexto de que “sempre foi assim”. 

“O patriarcado e as normas sexistas desempenham um importante papel no aumento da exposição das mulheres à Covid-19. [...] As mulheres já realizavam três quartos do trabalho de cuidado não remunerado antes da pandemia chegar.” Aponta o relatório da Oxfam de 2021.

Neste trânsito de ser volátil e liquefeita, se propõe que as mulheres contemporâneas sejam empreendedoras de si mesmas, entretanto, estão sobrecarregadas de atividades na vida pública e privada, demonstrando relações identitárias que estão em conflitos de tensão.

Neste século XXI, em que tudo é fluído, rápido e efêmero, constituir os processos identitários diversos são um grande desafio, uma vez que há políticas de cerceamento da liberdade do “ser” e de ameaças à democracia brasileira.

Sobrecarga - Autorretrato

Gender inequality leads women to an invisible prison

The objectification of bodies create several moorings that appear in the form of

exhaustion, imprisonment, commitments, beauty, love, smiles, affections and

invisibility that need to come to light through the art and voices of women.


Being a Brazilian woman: indigenous, white, black, trans, mother, daughter, friend, sister, paid worker or not are factors that have historically been marginalized, stereotyped and invisible in different ways by a structure that had been written by men.

The influence of patriarchy, not only determining the limit of gender education, but also its way of being, acting and behaving within society, it made women have no place of speech, being placed in this situation since ever. This performance, permeated by rules related to the role of being a woman - within a context of which "it has always been so".

"Patriarchy and sexist norms play an important role in increasing women's exposure to Covid-19. [...] Women already performed three-quarters of the unpaid care work before the pandemic arrived." Points out the 2021 Oxfam report.

In this transit of being volatile and liquefied, it is proposed that contemporary women be entrepreneurs of themselves, however, they are overloaded with activities in public and private life, demonstrating identity relationships that are in conflicts of tension.

In this 21st century, in which everything is fluid, fast and ephemeral, constituting diverse identity processes is a great challenge, since there are policies to be a violation of the freedom of "being" and threats to Brazilian democracy.


Tradução: Kelly Gularte

Edição: Rosana Siqueira